Projeto de Camila Queiroz, “Memória Soteropolitana: resgatando a memória de Salvador através de realidade aumentada”.
Nesse projeto, Camila busca resgatar sentidos dos lugares da cidade ao tensionar, pela fotografia, a experiência temporal. Ela fala de turismo no seu memorial, mas trata-se de algo muito maior. O projeto permite a qualquer um próximo a um determinado local, ver fotos desse mesmo lugar no passado. A cidade (essa, mas todas, não é mesmo?) precisa de experiências dessa ordem. Não só turistas, mas seus moradores precisam resgatar a memória e se apropriarem dos recursos dessas novas mídias. Projetos dessa natureza teriam assim funções pedagógica (aprender a ler a cidade), social (interesse pelo o que nos associa), técnica (inclusão digital) e política (importância e valorização do espaço e do tempo urbanos). Memória Soteropolitana propõe resgatar um pouco das dimensões espacial e temporal das cidade, estimulando o interesse pelos espaços públicos, aumentando o “sense of place” (tema caro às pesquisas do Lab 404).
Camila não tinha conhecimentos de programação, não precisou de muitos recursos técnicos ou financeiros. Ela mostrou, com seu trabalho, algo da filosofia do DIY (faça você mesmo), apresentando um produto simples e eficiente com uso das mídias locativas. Fica como exemplo. Para ver como funciona, clique na aba instruções no site do projeto. Para fruir a experiência você precisa de um smarphone, com 3G, GPS e bússola e o browser Layar. O projeto é experimental e foi aprovado como TCC (trabalho de conclusão de curso) na Facom/UFBA. Espero que ele possa estimular novos empreendimentos similares que fujam do apenas eficiente, objetivo ou comercial.