Resenhas

Resenha do livro "Sentient City", Parte 3

Sentient city: ubiquitous computing, architecture, and the future of urban space, 2011. Editor: Mark Shepard.

Resenha de Leonardo Branco

SITUANDO O TRABALHO DO CONHECIMENTO NOS ESPAÇOS PÚBLICOS CONTEMPORÂNEOS

Anthony Townsend, Antonina Simeti, Dana Spiegel, Laura Forland, e Tony Bacigalupo
Nesse artigo os autores discorrem sobre a emergência uma força de trabalho cada vez mais móvel que está sendo atraída para locais de trabalho (públicos e privados) fora dos escritórios (cafeterias, parques, shoppings). Isso é possível hoje pela expansão da banda larga sem fio e pelos os aparelhos celulares. O projeto Breakout, desenvolvido em Nova York no ano de 2009, tinha como proposta o desenvolvimento de ferramentas e processos para apoiar grupos de trabalho em espaços públicos urbanos.

Na maior parte da história das cidades, o trabalho tem sido realizado em espaços públicos, onde ruas e mercados serviam como lugar de negociações e comércio. A combinação de três tecnologias – a máquina a vapor, o elevador e o telefone tornaram possível a concentração das atividades nos escritórios (Gottman, 1983) e a separação dos lugares de viver e de trabalhar.

Para os autores a mobilidade cada vez maior (melhorias nos transportes e comunicações móveis), permite a várias profissões trabalhar fora do escritório. Assim, “a mobilidade e a necessidade cada vez maior de colaboração entre trabalhadores e organizações cria uma oportunidade para que espaços públicos tornem-se parte da solução de design para os espaços de trabalho do futuro”.

O trabalho que saiu dos prédios de escritório para os espaços públicos é apoiado por uma série de tecnologias da comunicação (laptops e celulares), software (aplicativos como Twitter e Foursquare) e infraestruturas (Wi-Fi e redes de celulares). Nessa perspectiva os autores defendem que a relação entre mídias sociais e trabalho móvel é capaz de promover um papel de destaque para o lugar emtermos de comunicação.

O projeto Breakout buscou explorar as fronteiras entre o escritório e a cidade, trabalho e lazer, copresença e ausência. Do ponto de vista da estrutura foi disponibilizado um hotspot Wi-Fi portátil, uma plataforma de comunicação e um kit de escritório móvel, permitindo uma série de combinações para os envolvidos no projeto.
Os autores levantam algumas questões sobre o perfil desses “trabalhadores móveis”: Em primeiro lugar, “Embora os trabalhadores móveis sejam uma categoria emergente, é ainda difícil articular quem eles são, São freelances ou executivos, empreendedores ou acadêmicos? quando e onde trabalham?” Segunda questão, “embora mídias sociais como o Facebook e Twitter sejam usadas por alguns grupos, não são usadas por outros de forma alguma. Assim, O Twitter é limitado a grupos mais seletos.” Por fim, “a questão da colaboração – A maioria dos projetos colaborativos, requerem múltiplos níveis de engajamento, confiança e compromisso.”

O Breakout convidou os designers a Madison Square Park (espaço público que concentra firmas de design), para desenvolver ideias para estruturas e móveis do escritório portátil. Os princípios de design da arquitetura Breakout foram aplicados da seguinte forma:

– Apoiar uma variedade de atividades de trabalho (individuais, colaborativas, de compartilhamento,sociais).
– Aprimorar e ativar o espaço público.
– Ser replicável e acessível.
– Construir a partir de amenidades e infraestrutura de locais existentes.
– Prover sombra, privacidade (conforme necessária) e conforto.
– Poder ser montada diariamente por duas a três pessoas.
– Apoiar sessões colaborativas de até 20 pessoas.

AÇÃO É FORMA
Keller Easterling

Nesse ensaio Keller Easterling vai discorrer sobre as intersecções entre estrutura urbana e infraestrutura das comunicações com base na teoria ator-rede de Bruno Latour. Nessa visão a “infraestrutura digital é apenas uma das coisas que, em sua ubiquidade, muitas vezes torna-se obscura e a estrutura urbana é um substrato oculto, ou seja, o meio que conecta todos os objetos”. Assim, projetar a infraestrutura é projetar a ação dos actantes para o autor.

De acordo com a teoria ator-rede o autor vai apontar a infraestrutura (urbana e das comunicações) como “composta de ação tanto quanto de concreto, bits, cabos ou CPUs, onde suas atividades não dependem apenas de movimento, mas de relacionamentos inerentes a seu arranjo”. Easterling vai dizer que a noção de que redes técnicas como infraestruturas performáticas, é algo que Bruno Latour há muito postulou em sua renovação das ciências sociais, ou seja, Latour considera não apenas humanos, mas também tecnologias como atores.

Easteling vai definir a informação como um elemento que modela a morfologia e a organização nos sistemas biológicos ou mecânicos (humanos ou não-humanos), para isso recorre a Bateson que caracteriza o tema da seguinte forma: “A informação é uma diferença que faz diferença”.

ANSIEDADE DA INTERAÇÃO
Omar Khan

Khan vai iniciar o texto afirmando que na arte interativa, o espectador é um participante ativo na construção da experiência estética. Portando, uma relação em que o observador é compreendido como parte integral de seu ambiente, isto é, aqui a separação entre espectador e obra de arte é negada.

O autor vai dizer que na visão cognitivista da informação o conhecimento é resultado apenas de processos mentais, contudo a tendência atual é um enquadramento mais fenomenológico da infor

Leia mais: