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Twitter e o fazer jornalístico

Foi publicado, no dia 19 desse mês, o novo número da revista científica semestral Brazilian Journalism Research (BJR) (versão em inglês), editada pela Associação Brasileira de Pesquisadores em Jornalismo (SBPJor) e dedicada à teoria e à pesquisa, tanto empírica quanto teórica. A revista é publicada em português e inglês. Ambas as versões estão disponíveis no site da publicação, onde também é possível ler os números anteriores.

Brazilian Journalism Research: journalism theory, research and criticism v. 8, n. 1 (2012)

Essa edição traz o dossiê “Mídias digitais, convergência e prática jornalística: desafios e perspectivas” e um artigo a ser destacado é “O enunciado jornalístico no Twitter”, de Mabel Oliveira Teixeira, da Universidade Católica de Pelotas.

O texto trata do impacto do Twitter no Jornalismo brasileiro, analisando tweets dos jornais Folha de S. PauloZero Hora e Diário Popular. A autora defende que a técnica padrão (da pirâmide invertida ou PI, onde a disposição das informações é disposta em ordem decrescente de importância) cede espaço a modelos mais horizontalizados e interativos, modificando o enunciado jornalístico e interferindo em seus efeitos discursivos.

Foram coletados 134 tweets no total, todos do dia 16 de junho de 2011. A primeira medida tomada foi identificar os sujeitos, quantificar os tweets publicados por cada um e analisar a utilização das principais funcionalidades técnicas do Twitter: links, “@”, hashtags e retweets. Ao estudar as diferenças entre os tweets jornalísticos e o enunciado padrão, foram percebidas diversas descaracterizações, dentre elas: interação com os usuários, presença de emoticons, informações não-hierarquizadas e o próprio limite de 140 caracteres em um tweet.

Conclui-se, a partir das análises, que o tweet jornalístico passa a integrar uma estrutura não linear de exploração da informação, de onde se pode partir rumo a um maior detalhamento dos dados através da informação das células (texto, vídeo, fotos…) previamente linkadas. Por isso, a pirâmide invertida passa a ser restrita à estrutura de apenas algumas dessas células. O “microlide”, então, surge como unidade-base hiperconcisa, e não como célula mais relevante (como era o “lide” na PI). Além disso, percebe-se que a inserção dos elementos técnicos do Twitter caracteriza uma nova forma de comunicação.

O artigo pode ser lido integralmente em PDF através do link http://bjr.sbpjor.org.br/bjr/article/view/376/374.